segunda-feira, 7 de outubro de 2013

NOVENA DA PADROEIRA DO BRASIL SANTUÁRIO










Dom Sérgio de Deus Borges

Publicado em: 03/10/2013





Homilia
Homilia 1º dia Novena da Padroeira (noite) | REDE APARECIDA
Publicado em 03/10/2013
Festa da Padroeira, seguimos Jesus nossa luz! 

https://www.youtube.com/watch?v=BOucsLvCsWo

REDE APARECIDA 

1º dia da Novena e Festa da Padroeira do Brasil 2013

Dom Sérgio de Deus Borges

Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo

Maria: Consagrada ao serviço do Senhor!



O texto do santo evangelho nos fala sobre a apresentação de Jesus no Templo, que acontece quarenta dias depois de seu nascimento na gruta de Belém. O menino Jesus é levado por Nossa Senhora e São José ao Templo para ser oferecido ao Senhor.

Estamos na presença de um mistério, ao mesmo tempo simples e solene, no qual a Santa Igreja celebra Cristo, o Consagrado do Pai, primogénito da nova humanidade. Mas quem é o Deus poderoso que entra no Templo? É um Menino; é o Menino Jesus, entre os braços da sua mãe, a Virgem Maria. É a arca que volta ao templo trazendo a glória de Deus.

É a glória de Deus, que partindo de Cristo, se irradia sobre Maria e Jose e através deles, sobre todos nós. Aqui já se revela o mistério do Filho da Virgem, o consagrado do Pai, que veio ao mundo para cumprir fielmente a sua vontade (cf. Hb 10, 5-7).

A primeira pessoa que se une a Cristo no caminho da consagração é a sua mãe, Maria. O texto do evangelho nos mostra esta consagração primeiramente na anunciação, quando Maria proclama seu sim: faça-se em mim segundo a tua Palavra. Toda a vida de Nossa Senhora foi uma contínua consagração a Deus em seu filho Jesus. ‘Maria é a Mãe d’Aquele que é glória do seu povo, Israel e luz que ilumina as nações. Levando o Filho a Jerusalém, a Virgem Mãe oferece-o a Deus como verdadeiro Cordeiro que tira os pecados do mundo: apresenta-o a todos como luz para um caminho seguro pela via da verdade e do amor’. (Cf. Bento XVI).

Maria é, de fato, exemplo sublime de perfeita consagração, pela sua pertença plena e dedicação total a Deus. Unida a Cristo, juntamente com José, na vida simples de Nazaré, presente junto do Filho em momentos cruciais da sua vida pública, a Virgem é mestra de seguimento incondicional e de assíduo serviço (Cf. João Paulo II).

A nossa relação filial com Nossa Senhora constitui o caminho privilegiado para viver a nossa consagração batismal, para progredir na consagração, para fazer da vida uma oferenda agradável Deus.

Nossa Senhora e São José cumprem os deveres de sua fé e levam o menino ao templo. Queridos pais, pela consagração batismal vocês tem o santo dever de trazer vossos filhos para a Igreja para que sejam batizados, para que se preparem para os sacramentos, para participar ativamente da vida de fé.

Um homem devoto de Nossa Senhora, uma mulher que segue o exemplo da Mãe querida não pode ficar fechado em si mesmo, não pode deixar-se conduzir pela preguiça, pelo comodismo, pela indiferença; precisa ouvir a voz de Deus através da Igreja e respeitando as orientações da Igreja conduzir os filhos nos caminhos da fé, mostrar-lhes onde se manifesta a glória de Deus. apenas trazer os filhos para o batismo não é suficiente, é preciso continuar alimentando a fé na fonte da graça, como Maria alimentou a fé do Menino Jesus. Vocês precisam ensinar a fé católica para vossos filhos em vossas casas.

Como é bonito ver aqui todo mundo animado, alegre, feliz, emocionado com a visita à casa da Mãe. Mas como é triste ver que, muitos, depois na casa da família, no trabalho se esquecem que são católicos, se esquecem que foram consagrados a Deus, se esquecem que devem anunciar o Reino de Deus. Alguém pode dizer: eu não esqueço! Deus abençoe, mas vamos ver: você continua como Maria ao lado de Jesus em todos os momentos da caminhada da Igreja: na missa dominical, na oração cotidiana? Você se coloca a serviço de Cristo ou nunca tem tempo? Na tua comunidade e na tua paróquia você assume um compromisso sério em uma pastoral, movimento ou serviço? Você se considera um discípulo missionário?

Você fala da alegria de ser batizado e ser católico? Para quantas pessoas você contou que vem a Aparecida, que participa da Santa Missa, que gosta de rezar, que reza todos os dias? Isto não é para aparecer, mas como evangelizador, porque evangelizar é testemunhar. Sabe que é consagrado a Deus, mas não anuncia e não proclama o que Deus fez e faz por você.

Com Nossa Senhora precisamos progredir na consagração batismal. E como precisamos progredir. Como estamos distantes do exemplo da Mãe querida e precisamos dela para nos animar e purificar o coração e nossas atitudes. Ela tinha entusiasmo na fé, no seguimento de seu filho e estava com Ele todos os momentos de sua vida.

Com o auxílio de Nossa Senhora precisamos revitalizar o nosso modo de sermos católicos, e o Santo Padre Bento XVI, em Aparecida, nos deu uma receita par isto: permaneçam na escola de Maria. Inspirem-se em seus ensinamentos. Procurem acolher e guardar dentro do coração as luzes que ela, por mandato divino, envia a vocês a partir do alto (DA 270).

Vamos! Coragem, levantem os olhos e olhem bem para a Virgem Aparecida e peçam: neste dia volta a apresentar-nos a Deus, nosso único bem, a fim de que a nossa vida, consumida pelo Amor, seja um sacrifício vivo, santo e do seu agrado. Ajude-nos a perceber que não temos outra felicidade nem outra prioridade senão a de sermos missionários do Reino de Deus, como Jesus foi o grande missionário do Pai.

Novena e Festa da Padroeira do Brasil – 03/10/2013




Homilia

2º dia da Novena e Festa da Padroeira do Brasil 2013

Dom Severino Clasen, OFM

Bispo Diocesano de Caçador – SC

Maria: Sacrário do Espírito Santo!



Saudação a Mae de Deus, Templo do Espírito Santo!

Paz e Bem! A todos os romeiros, romeiras e devotos que com fé e devoção acompanham a novena de Nossa Senhora Aparecida.

Saúdo de modo todo especial além da família Redentorista, a grande família franciscana no Brasil, neste dia em que comemoramos a festa de São Francisco de Assis. Trilhando o caminho da simplicidade e da devoção, neste dia em preparação para a festa de Nossa Senhora Aparecida, queremos voltar nosso olhar para São Francisco de Assis, para Nossa Senhora e para o amor de Deus, a força do Espírito Santo que habitou e habita no coração de Maria que nos deu seu Filho Jesus, Nosso Salvador.

Neste segundo dia destacamos Maria: Sacrário do Espírito Santo!

Querido povo de Deus, que maravilha, Deus se inclinou e olhou com muita ternura para as suas criaturas e ocupou o seio da Virgem Maria, pois, o Espírito Santo fecundou o ventre materno de Maria e deu a luz o Salvador do mundo.

Quando entramos numa igreja, logo sabemos que lá está guardado o Santíssimo Corpo de Jesus, nos reverenciamos, adoramos e nos inclinamos, aí está Deus feito pão para todos nós. Falamos que ali, dentro do sacrário está Jesus. Quando olhamos com sinceridade para uma pessoa que foi batizada em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, sabemos que dentro dessa pessoa está o Espírito do Deus Uno e Trino. Sentimo-nos irmanados, repletos de dignidade, sacrário do Deus vivo em nós. É na comunidade de fé que nos alimentamos dessa força divina para o nosso dia a dia. É importante lembrar o dia do nosso batismo. Pois nesse dia, nos enchemos da graça divina e nos tornamos imitadores, e seguidores de Nosso Senhor Jesus Cristo. Com ele queremos construir um mundo melhor, o Reino de Deus. O Evangelho que acabamos de ouvir, João Batista aponta o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo. Pela graça do batismo, pela missão que recebemos da Igreja, somos chamados a formar verdadeiras comunidades de fé, de alegria, de felicidade que deve ser os sinais do Reino de Deus. Temos exemplos de pessoas que viveram essa intensa missão e testemunho de fé.

Pois bem, São Francisco de Assis, homem humilde, grande devoção, escreveu os louvores a Nossa Senhora. Reconhecendo em Maria o primeiro e o eterno tabernáculo onde guardou, teceu, criou o Verbo de Deus feito homem. Impressionante a atitude de Maria, cheia do Espírito Santo, ela nos ensina o caminho das santas virtudes. Maria nos ensina a carregar em nosso coração o Cristo ressuscitado, que nos chama para ser discípulo dele e implantar o Reino de Deus.

“Eis o meio de reconhecer se o servo de Deus tem o Espírito do Senhor. Se Deus por meio dele operar alguma boa obra, e ele não o atribuir a si, pois o seu próprio eu é sempre inimigo de todo o bem, mas antes considerar como se ele próprio é insignificante e se julgar menor que todos os outros homens”. (admoestações 12).

Nos escritos de São Francisco de Assis encontramos a saudação a Mãe de Deus. Diz o texto: “Salve, ó Senhora santa, Rainha santíssima, Mãe de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita igreja, eleita pelo santíssimo Pai celestial, que vos consagrou por seu santíssimo e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito! Em vós residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem”! Aí segue:

Salve, ó palácio do Senhor!

Salve, ó tabernáculo do Senhor!

Salve, ó morada do Senhor!

Salve, ó manto do Senhor!

Salve, ó serva do Senhor!

Salve, ó Mãe do Senhor, e salve vós todas, ó santas virtudes derramadas, pela graça e iluminação do Espírito Santo, nos corações dos fiéis, transformando-os de infiéis em servos fiéis a Deus! E segue o elogio das virtudes, que a exemplo de São Francisco de Assis, são atitudes indispensáveis para que os frutos da nossa devoção mariana transforme nossa vida em um contínuo louvor a Deus e da busca constante para todos viver a dimensão fraterna entre os irmãos e irmãs.

Ser discípulo missionário do Senhor é carregar, como Maria, o Cristo vivo e o seu Santo Espírito no próprio coração. Quando o nosso coração se enche de amor, não tem espaço para maledicências, arrogância e injustiças. Enchemo-nos do bem, do respeito, do carinho, da ternura da humanidade bela e repleta do Espírito Santo.

Nós, devotos de Maria, sacrário do Espírito Santo, somos feitos a imagem e semelhança de Deus. Não somos o que produzimos, e nem somos medidos diante de Deus se temos um corpo perfeito. Somos criaturas que carregam também o Espirito Santo. Os prepotentes, orgulhosos, desajustados na vida pessoal querem leis para matar um ser que se forma no ventre materno, impedindo que nesse corpo se carregue o Espírito Santo de Deus.

É crime o aborto e todo atentado contra a vida humana. Nessa semana da vida, queremos nos espelhar em Maria, para que o nosso viver, na alegria do Senhor, gere vida e vida em plenitude. Nenhum mal se deve cometer contra a vida que está em mim, nos outros e na natureza, pois toda a vida é gratidão a Deus criador, animado pelo Espírito Santo e que nos irmana na graça do Evangelho de seu Filho, Jesus Cristo.

Num de seus pronunciamentos o Papa Francisco afirma, toda a criança não nascida traz o rosto de Cristo. Portanto, afirmar que o aborto é caso de saúde pública é desvirtuar a importância e a potencialidade da vida. Eis a fragilidade dos que insistem arrancar do ventre materno a vida que é a imagem de Deus, a semelhança e a imagem do Cristo sofredor. Ignoram o ser humano e matam o verdadeiro sacrário que gera vida e vida, templo do Espírito Santo.

Todo atentado contra a vida humana, é abrir um vazio no sacrário da existência. O vazio, a estupidez que mata e maltrata a vida, é uma aberração contra o plano de Deus. Obedientes ao Espírito Santo nos tornamos um povo simples, digno, justo, próspero e feliz. Nessas atitudes carregamos o Santo Espírito de Deus e nos livramos da corrupção, das injustiças e das ameaças contra a vida.

Como Maria, sejamos nós também tabernáculo do Espírito Santo. Que a Mãe Aparecida nos fortaleça na busca de atitudes que geram fraternidade, respeito e amor.

Eis o convite para sermos defensores da vida conforme os dons do Espírito Santo de Deus e carreguemos dentro de nós, tanto nas alegrias, quanto nas aflições, nas doenças, nas angústias e na dor o Espírito de Deus e saibamos como Ela, guardar tudo no coração até sermos acolhidos definitivamente no Reino de seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim seja!

Novena e Festa da Padroeira do Brasil – 04/10/2013

Dom Vilsom Basso

Publicado em: 05/10/2013





Homilia

3º dia da Novena e Festa da Padroeira do Brasil 2013

Dom Vilsom Basso, scj

Bispo de Caxias do Maranhão – MA

Maria: Intercessora atenta aos necessitados!



Maria, nas Bodas de Caná, diz a Jesus: “Eles não tem mais vinho”. (João 2, 3) E aos que serviam disse: “Fazei tudo que ele vos disser”. (João 2, 5) E a Mãe exclama no Magnificat: “Saciou de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias”. (Lucas 1,53)

Jesus, diante da multidão cansada e faminta, diz aos apóstolos: “Dai-lhes vós mesmos de comer… e todos comeram e ficaram fartos”. (Marcos 6, 35-42)

As primeiras comunidades cristãs trazem para nós a inspiração do como podemos viver: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum.. e não havia entre eles nenhum necessitado”. (Atos 4, 32-34)

O Apóstolo Paulo alimenta nossa esperança e confiança em Deus proclamando: “Que diremos depois disso? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8, 31-34)

O Papa Francisco, relendo o encontro da Imagem da Mãe Aparecida pelos pescadores, aqui no rio Paraíba, falando aos bispos dos Brasil, disse:

“Em Aparecida, Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe, mas também deu uma lição sobre Si mesmo, sobre o seu modo de ser e de agir. Uma lição sobre a humildade que pertence a Deus como trato essencial e está no DNA de Deus.” (Papa Francisco, encontro com o episcopado brasileiro – 27/07/2013)

Continua a mensagem do papa Francisco:

“Possuem um barco frágil, inadequado; têm redes decadentes, talvez mesmo danificadas, insuficientes.

Primeiro, há a labuta, talvez o cansaço, pela pesca, mas o resultado é escasso: um falimento, um insucesso. “Apesar dos esforços, as redes estão vazias.” (Papa Francisco, encontro com o episcopado brasileiro – 27/07/2013).

Diz ainda o papa Francisco:

“As redes da Igreja são frágeis, talvez remendadas; a barca da Igreja não tem a força dos grandes transatlânticos que cruzam os oceanos.”

“Porém, antes de tudo, você deve saber que a força da Igreja não reside nela própria, mas se esconde nas águas profundas de Deus, nas quais ela é chamada a lançar as redes.”

“A Igreja deve sempre se lembrar que não pode afastar-se da simplicidade; caso contrário, desaprende a linguagem do Mistério. Sem a gramática da simplicidade, a Igreja se priva das condições que tornam possível “pescar” Deus nas águas profundas do Mistério” (Papa Francisco, encontro com o episcopado brasileiro – 27/07/2013).

Lembro ainda as palavras de papa Francisco a padres jovens, em Roma:

“Machuca-me ver um padre ou uma freira com o mais recente modelo de carro, você não pode fazer isso“.

“Um carro é necessário para fazer um monte de trabalho, mas, por favor, escolha um mais humilde. Se você gosta do mais extravagante, basta pensar quantas crianças estão morrendo de fome no mundo” (Papa Francisco – Vaticano – 06/07/2013).

Sim, o papa Francisco convoca toda a Igreja a um testemunho de humildade e de compromisso com os pobres, “a humildade que pertence a Deus como trato essencial e está no DNA de Deus”.

MARIA: INTERCESSORA ATENTA AOS NECESSITADOS é o tema desta celebração. E de cada um nós o que se espera hoje?

A Eucaristia exige de nós a partilha e a comunhão. Vários cantos conhecidos revelam esta verdade: “Os cristãos tinham tudo em comum. Dividiam seus bens com alegria. Deus espera que os bens de cada um, se repartam com amor no dia a dia”.

“Pão em todas as mesas, da Páscoa a nova certeza. A festa haverá e o povo a cantar. Aleluia”.

“Esta mesa nos ensina, todo bem que a gente alcança, em comum devemos por. O remédio a medicina, pão e vinho e segurança; alegria, fé e amor, alegria, fé e amor”.

Por outro lado, nos dias 2 a 5 de setembro próximo/passado, aconteceu a Assembléia da 5ª Semana Social Brasileira, promovida pela Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, reunida no Centro Cultural de Brasília-DF, que analisou a realidade brasileira e global, escutou os clamores populares e celebrou a caminhada dos movimentos sociais e das igrejas, na defesa e na promoção da vida.

É exigência da fé, amar a Deus e ir ao encontro do outro, sobretudo, dos pobres e necessitados. Pois “os pobres são os juízes da vida democrática de uma nação” (Exigências Éticas da Ordem Democrática, nº 72, CNBB, Doc nº 42, 1989).

Ressalto alguns pontos da Carta compromisso da 5ª Semana Social Brasileira que devem inspirar nosso agir:

Para construir o Estado que queremos, assumimos os seguintes compromissos:

Defender o trabalho para todos/as. Trabalho digno e não precarizado. Nenhum direito a menos.

Promover a formação para a cidadania; Participar da campanha saúde +10 e 10% do orçamento da União para a educação e os demais direitos sociais.

Retomar e fortalecer a metodologia das Assembléias Populares, incentivar a criação e o fortalecimento dos fóruns populares visando à construção de um Estado defensor dos direitos humanos e ambientais.

Apoiar a Reforma Agrária, a agricultura familiar e agroecológica; o reconhecimento dos territórios dos Povos Originários e Comunidades Tradicionais: camponeses, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais, extrativistas, recicladores, e demais grupos sociais fragilizados, cujos direitos são garantidos pela Constituição Federal e que não são cumpridos.

Fortalecer a Campanha pela Democratização dos Meios de Comunicação Social e participar de fóruns específicos.

Garantir a efetivação dos Conselhos de Juventudes para o controle social das políticas públicas; assumir a campanha contra o extermínio de jovens, principalmente pobres e negros; contra a redução da maioridade penal e a violência às mulheres.

Incentivar políticas de defesa civil, com participação da sociedade, para a prevenção dos impactos socioambientais dos projetos desenvolvimentistas e a proteção e garantia de direitos das populações afetadas.

Pois, como diz o documento 72 da CNBB: “Os pobres são os juízes da vida democrática de uma nação”.(Exigências Éticas da Ordem Democrática, nº 72, CNBB, Doc nº 42, 1989)

A Carta Compromisso da 5ª Semana Social Brasileira diz no seu final: Concluímos afirmando nosso apoio ao papa Francisco na renovação da Igreja.

Por isso, caros irmãos e irmãs, devotos e devotas de Nossa Senhora Aparecida, queremos e devemos dar apoio às pastorais sociais como a pastoral da terra, pastoral da mulher, da criança, do menor, do idoso, da sobriedade: “Eles não tem mais vinho”, diz Maria. (João 2,3)

Queremos e devemos dar apoio à causa dos camponeses, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais, extrativistas, recicladores e demais grupos sociais fragilizados: “Dai-lhes vós mesmos de comer”, disse Jesus. ( Marcos 6,37)

Queremos e devemos garantir a efetivação dos Conselhos de Juventudes para o controle social das políticas públicas e assumir a campanha contra o extermínio de jovens que a PJ – a Pastoral da Juventude organiza em nosso país, “porque a juventude quer viver. Com a palma da mão estendida nós dizemos: “Chega de violência contra os jovens”.

Lembro neste momento da Fazenda Esperança Nossa Senhora das Graças, de Caxias no Maranhão, Centro Educacional São Francisco de Caxias no Maranhão, projetos de geração de renda e tantas obras bonitas que a Igreja Católica realiza neste país que semeiam vida e esperança no meio do povo.

É preciso criar o setor social em cada paróquia, ter ações concretas de justiça e caridade e de promoção humana e social em todas as comunidades.

Parafraseando as palavras do papa Francisco, eu digo: O padre e o bispo não podem dormir direito se houver uma criança fora da escola, alguém passando fome, um irmão sem casa, um idoso abandonado e maltratado: “A fé sem obras é morta”, diz São Tiago. (Tiago 2,17)

Como católicos, como seguidores de Jesus, nós temos a missão de ser solidários e de provocar a solidariedade; que as pessoas abram seu coração, que as pessoas que sintam e vejam a dor e o sofrimento do povo. Não podemos nos acostumar com a miséria e o sofrimento dos pobres: “Que el dolor no me sea indiferente – que a dor não me seja indiferente”, como cantava Mercedes Sosa.

Que a Mãe Aparecida, MARIA: INTERCESSORA ATENTA AOS NECESSITADOS, companheira dos pequenos e pobres, nos inspire, nos anime e nos faça fiéis a esta missão. Assim seja.

Novena e Festa da Padroeira do Brasil – 05/10/2013


Dom Francisco Biasin

Publicado em: 06/10/2013







Homilia

4º dia da Novena e Festa da Padroeira do Brasil 2013

Dom Francisco Biasin

Bispo de Volta Redonda – RJ

Maria: Mãe obediente à Palavra de Deus!

Há uma aparente contradição no relacionamento entre Maria e Jesus. Os evangelhos nos apresentam de um lado Jesus obediente aos pais e do outro os pais atentos à palavra de Jesus e prontos a realizar os planos de Deus sobre ele.

Esta contradição aparece de forma clara no episódio da perda de Jesus em Jerusalém e do reencontro dele no templo, sentado no meio dos doutores “ouvindo-os e interrogando-os”.(Lc 2, 41-52)

A obediência é recíproca porque, se de um lado Jesus, voltando para Nazaré “era-lhes submisso”, do outro “Maria conservava no seu coração” as palavras e os acontecimentos da vida de seu Filho, “sem compreender” plenamente o mistério que nele se encerrava. Ela também caminhava na penumbra de fé!

Nesta aparente contradição Mãe e Filho buscam descobrir, num profundo relacionamento de fé, de respeito e de amor, a vontade do Pai, como aparece nas palavras e nas atitudes seja de Jesus como de Maria. Jesus de fato afirma: “Minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou” e Maria, ao receber o anúncio do anjo, não hesita em responder: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!”

Na vida de cada pessoa humana há um crescimento e deste crescimento não escapam nem Jesus, nem Maria. É Lucas, o evangelista médico que afirma: “Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça”. E este crescimento manifesta-se no relato das Bodas de Caná da Galileia que o evangelista João coloca no capítulo segundo do seu evangelho.

Este relato parece um retrato em miniatura da Igreja: estão presentes Jesus, a Mãe de Jesus, os apóstolos, os servos, os convidados, o mestre de cerimônias. Celebra-se o banquete nupcial e acontece a transformação da água em vinho simbolizando e antecipando a vinda plena do Reino a ser vislumbrada nas palavras de Jesus: “Em verdade, não beberei mais do fruto da videira até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus!” (Mc 14,25)

Em Caná a mãe de Jesus enxerga a necessidade, a falta, sente o constrangimento do noivo, provoca e antecipa a “hora” do seu Filho que manifesta a sua glória e confirma a fé dos discípulos que creram nele.

Em Caná a mãe de Jesus, na fé pura, que vai além da aparente negação do Filho, toma a sério as suas palavras que apontam para a “hora” e faz com que esta “hora” aconteça. O Filho “se dobra” diante da mãe que coloca as horas da vida da gente, com suas urgências, dentro da “hora” do seu Filho, antecipando a sua ação salvadora: “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

Mas como Maria foi “obediente” à Palavra de Jesus?

Gostaria de apontar em Maria duas atitudes autenticamente evangélicas. Trata-se da primeira e da última frase que os evangelhos colocam nos lábios dela.

A primeira das sete “palavras” pronunciadas por Maria é uma pergunta: “Como vai acontecer isso?” (Lc 1,34). A Palavra de Deus anunciada pelo anjo Gabriel parece impossível de ser realizada, é incompreensível. A revelação, feita de palavras e acontecimentos, é sempre difícil de ser compreendida e acolhida, também para Maria. Ela quer entender, penetrar no mistério. Não importa se precisa de tempo. Ela também, embora já santa na imaculada conceição, é chamada a percorrer um constante caminho de fé. Para ela, assim como para cada cristão, a compreensão das palavras e dos acontecimentos do evangelho acontece na medida em que adere à vontade do Pai e percorre o caminho do sofrimento: vivendo e amando tem a luz. (cfr. Paulo VI Marialis cultus, 56) A esta pergunta de Maria, como conseqüência vem a resposta: “Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38). Maria se rende incondicionalmente à Palavra de Deus, compreendida ou não. Torna-se, assim, o ícone do acolhimento e da disponibilidade. Orígenes, um escritor do 3° século, assim interpreta estas suas palavras: “Eu sou uma folha branca, onde o escrivão pode escrever o que ele quiser. Faça de mim o que quer o Senhor rei do universo!” (Comm. in Lucam, fragm. 17).

A última palavra de Maria relatada nos evangelhos é aquela dirigida aos servos, nas bodas de Caná da Galileia: “Fazei tudo o que ele vos disser”(Jo 2,5). A sua última palavra orienta para a Palavra. Maria orienta a Cristo e nos convida a viver cada palavra sua. Torna-se destarte o ícone de quem anuncia a Palavra. Ela não a anunciou com a boca, pois não é um apóstolo enviado a proclamar a Palavra. Ela gerou a Palavra e, uma vez gerada, a apresenta, primeiro aos pastores, depois aos Magos e agora, em Caná, a aponta aos servos e, neles, a todos os homens e mulheres de todos os tempos: “Fazei tudo o que ele disser!”. Mãe da Palavra não atrai a si, mas põe-se a seu serviço, tornando-se “serva da Palavra” para que resplandeça como luz das nações.

Precisamos resgatar, cada vez mais na Igreja, a dimensão da vida e do amor em todas as suas expressões. Nem o legado missionário que Jesus deixou à Igreja deve fugir desta marca característica do amor e da vida. Ser missionário não é fazer propaganda do evangelho, nem ser ativista de uma organização religiosa. Não é tampouco se beneficiar do amor fraterno vivido dentro de uma comunidade de discípulos do Senhor, fechada em si mesma. Ser missionário é carregar uma presença, a presença do Senhor. É gerar esta presença para o mundo em que vivemos.

É neste sentido que o papel de Maria, Mãe de Jesus e Mãe da Igreja, torna-se luminoso e atual. Há portanto um enfoque mariano da dimensão missionária da Igreja. Ele nos ajuda a compreender que, antes de qualquer palavra ou atividade, antes de qualquer passo a ser dado em direção do anúncio do Evangelho, em nós deve ser gerado o próprio Cristo. Maria não falou palavras, gerou a Palavra. Não andou para anunciar a Palavra, carregou a Palavra. Na comunidade dos discípulos, não tomou o lugar de ninguém, manteve a postura de quem aguarda a presença do Espírito pelo qual se torna presente o Ressuscitado.

O enfoque mariano da missão encontra expressão particularmente significativa num acontecimento da vida de Maria: a visitação. Ela recebe a Palavra, concebe-a por obra do Espírito Santo e dirige-se “apressadamente” às montanhas da Judéia para visitar e servir a prima Isabel, carregando a “PRESENÇA” do Verbo. O resto parece acontecer como consequência, numa série de encontros e fatos que revelam a novidade absoluta desta presença. Maria é missionária porque gera e carrega o Senhor! Mãe e discípula do Senhor, ela é receptiva da Palavra e a propõe a quem encontra, sempre mantendo a característica materna e feminina, geradora da vida, na perspectiva do amor-serviço, nunca da autoridade, da imposição, da atividade ou do protagonismo pessoal.

“No meio das nossas atividades evangelizadoras nos conforta a presença materna de Maria, Mãe de Deus e nossa. Ela compreende aquilo que de essencial está acontecendo e o que de essencial está faltando. Quem sabe possamos pedir que partilhe conosco um pouco desta sua capacidade contemplativa. Ela nos fará escutar com maior nitidez os gemidos do mundo: “Eles não tem mais vinho!”. Muitos de nós também o percebem, mas não sabemos como fazer. E continuamos fazendo de conta que tudo está bem. Como em Caná, não esqueçamos de convidar Maria, a Mãe do Senhor, para a nossa caminhada!” (Dom Vital Wilderink)

Terminamos esta nossa reflexão lembrando as palavras de Papa Francisco, aqui pronunciadas no dia 24 de julho p.p.:

“Queridos amigos, viemos bater à porta da casa de Maria. Ela nos abriu, fez-nos entrar e nos aponta o seu Filho. Agora ela nos pede: “Fazei o que ele vos disser”(Jo 2,5). Sim, Mãe, nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria. Assim seja!” AMÉM!

Homilia

5º dia da Novena e Festa da Padroeira do Brasil 2013
Novena e Festa da Padroeira do Brasil – 06/10/2013

Reveja a homilia de Pe. Fábio Bento, C.Ss.R., Superior da Província de Goiás - GO, no quinto dia da Novena da Padroeira (tarde). Acompanhe toda a emoção das celebrações e shows da Padroeira, ao vivo, pela REDE APARECIDA.

‘Na escola de Maria, aprendemos a sermos discípulos do Pai’

Publicado em: 07/10/2013


Neste 5º dia da novena em preparação para a Festa da Padroeira 2013, os devotos de todo Brasil são convidados a refletirem o tema: ‘Maria: discípula do evangelho!’.

Com o Santuário Nacional repleto de fiéis, o Superior Provincial da Província do Estado de São Paulo, Padre Luis Rodrigues, presidiu a Missa das 9h, no Altar Central.

Em sua homilia, Padre Luis Rodrigues enfatizou a necessidade da preparação para celebrar a Festa da Padroeira.

“Queridos peregrinos e romeiros de Nossa Senhora, em todos esses dias que antecedem o dia 12 de outubro, nosso coração vai se preparando. Nós queremos estar matriculados na escola de Maria, para com ela aprender a sermos discípulos do Pai”, afirmou.

Padre Luis lembrou que Maria participou do Mistério de Jesus como serva, como filha e como humana.

“Essa foi a expressão da humanidade que aprende. Os Atos dos Apóstolos nos mostra os Apóstolos, Maria e outras mulheres que permaneciam em oração e comunhão em torno de Jesus e de seu projeto depois da ascensão”, completou.

O Superior Provincial disse ainda que Maria que se faz discípula do seu Filho Jesus, do Evangelho e se faz presente na comunidade dos Apóstolos e na comunidade cristã.

“Essa mesma Maria encontramos no texto do Magnificat. Maria se faz a servidora do Senhor e se percebe que o senhor faz grandes coisas na sua vida: ‘A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor’”.

Sobre o Evangelho proclamado (Lc 1, 26-38), Padre Luis reforçou que nós devemos aprender a missão de Maria, para que possamos colocar em pratica as Palavras de Jesus.

“Maria é aquela que, desde a primeira hora do anúncio do anjo Gabriel, esteve presente na vida da Igreja e da comunidade cristã. Que Ela possa nos assistir e nos socorrer”, concluiu.



‘Com a Mãe Aparecida seguimos Jesus, nossa luz!’

Acompanhe às 15h e 19h, a Novena e Festa da Padroeira ao vivo pela TV Aparecida, Rádio Aparecida e na internet pelo A12.com.

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