quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

CAPÍTULO 35 A 37

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RECEITAS E DESPESAS
1. Todos os corpos legionários devem contribuir para a manutenção do Conselho
superior imediato. Com exceção desta obrigação e das prescrições que seguem, têm plena
liberdade para a gerência das suas receitas e responsabilidade exclusiva das suas dívidas.
2. Os vários centros não devem limitar a percentagens ou ao mínimo necessário as
suas contribuições. O excedente, depois de satisfeitas as necessidades do Praesidium,
recomenda-se que o enviem à Curia para as despesas da administração geral da Legião.
Nesta matéria, como em tudo, as relações entre o Praesidium e a Curia devem ser como as
do filho com a mãe; esta vela com solicitude pelos interesses daquele, o qual, por sua vez,
procura, por todos os meios, aliviá-la dos seus cuidados maternais.
Verifica-se, com freqüência demasiada, que os Praesidia não se dão conta suficiente
de que a administração geral da Legião depende das suas contribuições. Quando muito,
cobrem as necessidades das Curiae, e às vezes nem tanto. Em conseqüência, as Curia não
podem ajudar os Conselhos superiores a levar o pe-
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[Capítulo 35 Receitas e Despesas página 218]
sado fardo econômico relativo ao trabalho de expansão, de fundação, de visita aos centros,
e a pagar outras despesas correntes. Resultado: paralisação em parte de uma função vital,
com as suas tristes conseqüências, provenientes de um simples descuido.
3. Antes de lançar-se em despesas extraordinárias, o Praesidium apresentará o
projeto à Curia, a fim de que esta o examine e julgue sobre a conveniência ou não dos
gastos.
4. A Curia pode conceder ajuda em dinheiro a um Praesidium, mas não deve
assumir a responsabilidade financeira de qualquer empreendimento levado a efeito pelo
mesmo. Esta responsabilidade cabe ao Praesidium. A necessidade desta regulamentação é
evidente. Sem ela, qualquer grupo de dirigentes de um clube ou de um asilo, ou qualquer
outra obra, poderia organizar-se em Praesidium e transformar os outros Praesidia em filiais
financeiras para seu proveito.
Segue-se, pois, que nenhum Praesidium pode pedir a outro ou à Curia para ajudar a
recolher receitas, senão a título de mero favor.
5. Toda transferência de fundos, que não seja de um Praesidium para as suas obras
ou vice-versa, precisa de aprovação de Curia.
6. No caso de um Praesidium ou Conselho Legionário desaparecer ou cessar de
existir como legionário, a propriedade do dinheiro e outros objetos passa ao Conselho
Superior imediato.
7. O Diretor Espiritual não será responsável, financeiramente, pelas dívidas que ele
mesmo não haja aconselhado.
8. Os livros de contabilidade do Tesoureiro serão examinados anualmente. Dois
membros do Praesidium, não incluindo o Tesoureiro, serão designados para esse serviço. O
mesmo deve ocorrer em relação aos Conselhos.
9. Admitir que a Virgem de Nazaré desperdiçava, no governo de sua casa, é idéia
impossível. Por conseqüência, inútil se torna dizer que todos os núcleos e conselhos
Legionários devem velar com atenção por tudo quanto lhes pertence, inclusive dinheiro, e
administrá-lo com economia.
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[Capítulo 35 Receitas e Despesas página 219]
“O gênero humano é um todo, um corpo em que cada membro recebe e deve
transmitir. A vida precisa de movimento e de circulação. Chega a todos; quem a quiser
deter perdê-la-á e quem consentir perdê-la achá-la-á. Cada alma, para viver, deve
derramar-se noutra. Todo o dom divino é uma força que tem de ser transmitida, para ser
conservada e multiplicada.” (Gratry: Mês de Maria)
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PRAESIDIA QUE EXIGEM TRATAMENTO ESPECIAL
1. Praesidia Juvenis
1. Com a aprovação da Curia, poderão fundar-se Praesidia para jovens com menos
de 18 anos de idade, sujeitos, porém, às condições que se julguem necessárias (Cf. cap. 14,
nº. 22).
2. Para conhecer a Legião só há um meio único e eficaz: pôr em prática o seu
sistema. Não faltam conferências, freqüentemente, incentivando os jovens a fazerem
apostolado, uma vez lançados no mundo. Tais conferências, embora excelentes, não passam
de ossos secos, quando se comparam com o corpo vivo de um grupo em atividade. Acresce
ainda que, sem algum treinamento prático, pouco vale a intenção ou desejo de começar o
trabalho apostólico. A falta de experiência causa facilmente medo que paralisa a ação. Ou,
quando se faz alguma tentativa contando apenas com a própria cabeça, quase sempre se
falha.
3. Requer-se, como condição essencial, que, ao menos, o Presidente seja um
legionário adulto. Seria para desejar que houvesse um segundo Oficial também adulto, a
fim de substituir o Presidente na sua ausência e facilitar o trabalho de expansão do
Movimento.
Se estes dois Oficiais são ao mesmo tempo membros de um Praesidium de adultos,
o trabalho da direção do Praesidium juvenil satisfaz plenamente à obrigação da tarefa
semanal. Se
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[Capítulo 36 Praesidia que Exigem Tratamento Especial página 220]
apenas são membros do Praesidium juvenil, devem realizar por semana, a favor deste, um
trabalho substancial, ativo, e de acordo com as suas condições de adultos.
Os Oficiais adultos do Praesidium juvenil hão de ser, quanto possível, legionários
experimentados, que tenham assimilado perfeitamente o espírito e os métodos da
organização, dotados das qualidades exigidas para realizarem nos jovens legionários os
objetivos que a Legião tem vista, ao fundar-se o Praesidium. Consistem estes,
principalmente, não na execução de um trabalho útil, mas no treino e formação espiritual,
que os prepare para tomarem o seu lugar, terminada a vida escolar, nas fileiras ordinárias da
Legião.
4. Dada a incapacidade de muitos jovens assimilarem o conteúdo do Manual pela
simples leitura pessoal, torna-se evidente que a Alocução desempenha, na reunião do
Praesidium, um papel duplamente importante. Por este motivo, o Diretor Espiritual – ou, na
sua ausência, o Presidente – terão como base da Alocução o Manual. Deve-se ler primeiro
um parágrafo, a que se seguirá uma explicação, tão detalhada e simples, que nos leve à
certeza de que todos a compreenderam perfeitamente. Desta maneira, semana após semana,
será estudado conscienciosamente o Manual do princípio ao fim e, terminado, será revisto
integralmente.
Na prática, porém, dada a curta permanência dos membros no Praesidium Juvenil,
não haverá oportunidade para se ver duas vezes sequer o Manual. Daí a perda irreparável
que representa, na formação dos jovens, uma Alocução mal preparada e mal feita: será uma
ocasião para sempre perdida.
5. O estudo metódico do Manual, conforme se expõe e recomenda no apêndice 10,
Estudo da Fé, constituirá um curso proveitosíssimo, sem a impressão desagradável de um
exercício escolar. Os jovens, futuros esteios da Legião, receberão deste modo uma
formação de valor incalculável.
6. Os Praesidia de jovens não poderão, provavelmente, entregar-se a trabalhos
próprios dos Praesidia de adultos. Por isso, a direção fará esforços, lançando mão de toda a
criatividade, para oferecer aos seus membros cada semana uma tarefa determinada, que
exija deles uma verdadeira e substancial atividade, plenamente de acordo com suas
condições. Há jovens capazes de trabalhos reservados a adultos; e, de fato, a nenhum jovem
de 16
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[Capítulo 36 Praesidia que Exigem Tratamento Especial página 221]
anos deve ser dado um trabalho que não se aceitaria de adultos. Diversifiquem-se os
trabalhos, pois esta variedade concorrerá para uma formação mais ampla dos jovens. Dada
a impossibilidade de os membros passarem por todos os trabalhos, a melhor maneira de
adquirir uma larga experiência consiste em prestar cada um a máxima atenção aos
relatórios dos outros. A reunião ganhará, assim, mais interesse.
7. O mínimo de trabalho, por semana, de um membro juvenil, será de uma hora, ou
seja, metade do exigido de um membro adulto.
8. Eis algumas sugestões de trabalho para os membros juvenis:
a) Distribuir a Medalha Milagrosa segundo o plano seguinte. Em cada reunião se
dará a cada legionário uma ou duas destas medalhas – sempre em número preciso. Serão
consideradas munições de guerra, que devem utilizar, como soldados de Maria, em
desvantagem do inimigo, entregando-as, se for possível, a não-católicos ou a católicos
desleixados. Este método inflama a imaginação e induz ao sacrifício. Deve-se ensiná-los a
responder às perguntas, sempre prováveis em tais circunstâncias, e o modo de aproveitar a
ocasião para abrir caminho numa conversa.
b) Alistar Auxiliares; ensiná-los a rezar as orações da Legião e visitá-los
periodicamente a fim de assegurar a sua fidelidade.
c) Recrutar alguém, cada semana, para a Missa diária, ou a prática de uma devoção,
ou uma associação de piedade, ou o Apostolado da Oração, ou qualquer Associação
Católica, movimento ou pastoral.
d) Trazer crianças à Santa Missa e aos Sacramentos.
e) Ajudar à Missa.
f) Atuar como catequistas de crianças e recrutar as mesmas para a catequese.
g) Visitar crianças nos hospitais ou outras instituições, ou nas suas próprias casas.
h) Visitar os doentes e os cegos e prestar-lhes todos os serviços necessários.
9. Todo Praesidium Juvenil deve ter ao menos dois membros em cada um dos três
últimos trabalhos indicados acima pelas letras: f), g) e h). Neste sentido vai a mais viva
insistência. Feitos como convém, representam para os legionários juvenis um treino
admirável, e para todos os outros trabalhos do Praesidium um padrão a imitar.
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[Capítulo 36 Praesidia que Exigem Tratamento Especial página 222]
10. É permitido a um legionário juvenil fazer seu trabalho semanal em companhia
de um legionário adulto.
11. Nos Praesidia internos dos Colégios ou instituições semelhantes, seria para
desejar o trabalho ativo, de modo ordinário, fora do estabelecimento. Os Superiores,
conscientes das suas responsabilidades, temem os abusos e imaginam outros perigos. A tais
apreensões seja-nos permitido observar: a) se os legionários vivessem fora, fariam com
certeza tal trabalho; b) o futuro só é garantido por um treino efetivo; se não houver
liberdade, presentemente, não haverá treino real preparatório para o tempo de plena
liberdade; o trabalho externo, protegido pela disciplina da Legião e do colégio, poderá
constituir uma preparação ideal.
12. O fato de o Praesidium de um colégio não poder se reunir durante as férias, visto
todos os legionários estarem dispersos, não impede a sua fundação. Os membros, durante
aquele tempo, poderão trabalhar nos Praesidia dos locais para onde forem.
13. Faça-se compreender aos membros que a própria santidade constitui não só o
fim principal da Legião, mas a mola real de todo o trabalho legionário. Animem-se, por
isso, a cumprir certos atos de piedade pelas intenções do Praesidium, mas não sejam
impostas nem relatadas na reunião semanal. Estes atos de piedade, insistimos, não podem
substituir a tarefa semanal obrigatória; são apenas um complemento do trabalho ativo.
14. Os membros devem se aplicar atenta e cuidadosamente a fazer os seus
relatórios; os Oficiais devem formá-los cuidadosamente na maneira de os apresentar. De
modo ordinário a natureza simples dos seus trabalhos não oferecerá matéria para um
relatório interessante ou minucioso: requer-se, pois, um esforço especial para tornar as
reuniões atraentes e variadas.
15. Os legionários juvenis sentem-se identificados com os adultos que enfrentam
situações difíceis e, muitas vezes, perigosas, pelo Reino de Deus. Isso dará vida aos
trabalhos menos arriscados desses jovens, que se sentirão enormemente entusiasmados
(para o que tudo concorre, aliás, dentro da Legião). E isso também impedirá a eles e a
muitos outros, através deles, de olhar a religião como uma rotina imposta. O mal causado
por seme-
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[Capítulo 36 Praesidia que Exigem Tratamento Especial página 223]
lhante idéia, se ela viesse a tomar raízes numa idade em que as impressões marcam para
sempre, nunca poderia ser compensado pelos mais belos êxitos escolares.
16. Os membros dos Praesidia Juvenis não estão sujeitos ao regime de prova; não
podem também prestar o Compromisso Legionário, nem fazer parte de uma Curia de
adultos. Quanto ao resto, orações, métodos de trabalho e reuniões, inclusive a coleta
secreta, tudo deve ser escrupulosamente feito, como num Praesidium de adultos.
Ao passar do Praesidium Juvenil para o adulto, o legionário cumprirá o tempo de
Prova regulamentar.
17. O legionário adulto que for prestar serviço num Praesidium Juvenil e não houver
ainda prestado o Compromisso num Praesidium de adultos, deverá fazê-lo no Praesidium
Juvenil em que trabalha. A cerimônia impressionará profundamente os jovens e os levará a
suspirar pelo dia do ingresso oficial na Legião, mediante o próprio Compromisso.
18. Tem-se sugerido, muitas vezes, a modificação das orações, para facilitar o
ingresso das crianças nas fileiras da Legião. A leitura atenta deste capítulo mostra como
essa proposta é inadmissível. O Praesidium Juvenil deve ser um reflexo, quanto possível,
do Praesidium de adultos. “Jovem” não pode significar “trivial”. Temos de apresentar aos
jovens, dos quais esperamos, em geral, que desempenhem no mundo juvenil o papel de
chefes, grandes ideais de ação e de piedade. Ora, é evidente que um tal nível não pode ser
atingido por uma criança qualquer que, depois de algumas lições, se mostre incapaz de
rezar inteligentemente todas as Orações Legionárias.
19. Propostas semelhantes foram apresentadas para a adaptação do Manual ao uso
dos jovens. O assunto é discutido no nº 10 do capítulo 33 – “Principais deveres dos
legionários”.
20. Os pais e outras pessoas constituídas em autoridade têm o dever de colaborar
inteiramente com o programa da Legião, pois desta colaboração depende grandemente a
sua realização: a conversão da juventude numa “legião de valentes soldados de Jesus e
Maria, para combater o mundo, o demônio e a natureza corrompida, nos tempos vindouros,
mais perigosos do que nunca”, como diz S. Luís Maria de Montfort. Tão simples nas suas
idéias e na sua estrutura, como uma roldana ou alavanca, ou qual-
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[Capítulo 36 Praesidia que Exigem Tratamento Especial página 224]
quer outro instrumento de multiplicar a força, a Legião tem a possibilidade de ativar o
conjunto das verdades da Doutrina Católica e de as transformar em fontes de energia para
todos os desígnios cristãos. Mais: o transbordar imediato desta energia encherá os
momentos consagrados à escola, ao divertimento, ao trabalho caseiro e a qualquer outra
ocupação com um idealismo santo, prático, que dará aos membros uma nova visão das
coisas, equivalente à descoberta de um mundo novo, e os levará também a encarar sob uma
nova perspectiva:
a) A Igreja, por uma compreensão nítida de que são seus soldados, com um lugar
determinado na sua frente de combate, e com responsabilidade pelo seu crescimento.
b) As ocupações e a tarefa de cada dia. Assim como um pequenino ponto de luz
ilumina um aposento, assim a modesta tarefa semanal do legionário dá um novo sentido ao
curso da sua vida através da semana. O que os membros aprendem e praticam no
Praesidium hão de reproduzi-lo na sua vida diária.
c) O próximo, no qual lhes ensinaram a ver e a servir a Cristo.
d) A casa paterna, que devem impregnar do perfume da vida de Nazaré.
e) Os trabalhos caseiros (ou escolares, se o Praesidium é interno), fazendo-os dentro
do espírito da Legião, que é o de Maria em Nazaré; procurando-os, em vez de fugir deles;
escolhendo as tarefas desagradáveis; pondo todo o empenho nas mínimas coisas; sendo a
doçura e equilíbrio em pessoa; trabalhando sempre por Jesus, preservando o sentido da Sua
presença.
f) A escola, pois tendo assimilado, até certo ponto, os ideais legionários, hão de ver,
por conseqüência, sob uma luz diferente, as aulas, os professores, os livros, os
regulamentos e o estudo, e tirar deles um aproveitamento que nenhum outro está em
condições de tirar. Se a Legião representa, como dizem alguns, um desperdício do tempo de
estudo, compensa isso com um resultado incomparável e nitidamente vantajoso.
g) O dever e a disciplina. Estas palavras, tão importantes e tão odiosas ao mesmo
tempo para a juventude, porque mal compreendidas, hão de se tornar intuitivas e belas
quando unidas a estas outras: Maria e a Legião.
h) A oração, quando compreenderem que não se trata de uma obrigação imposta,
mas de uma fonte de energia, do amparo do próprio trabalho, de uma valiosa contribuição
para o tesouro espiritual da Legião e, conseqüentemente, da Igreja.
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[Capítulo 36 Praesidia que Exigem Tratamento Especial página 225]
21. Nestas condições não será ousado pretender que a direção de um Praesidium, em
conformidade com as regras aqui traçadas, exerça sobre os jovens uma das maiores
influências educativas. Desenvolverá neles as qualidades próprias do caráter de um cristão
e, servindo de molde, há de formar numerosos jovens, rapazes e moças, santos e dignos de
confiança, a alegria dos pais e superiores e esteios seguros da Igreja.
22. Todo este programa, porém, todas estas esperanças serão frustradas pelo
Praesidium Juvenil que não der aos seus membros o trabalho conveniente ou que, por outro
lado, descuidar do cumprimento dos regulamentos. Tal Praesidium é um molde
deformador. Concorre para criar uma mentalidade errada contra a Legião, quer nos seus
membros quer nas pessoas estranhas. Fechá-lo será prestar serviço à Legião.
“Os jovens não devem ser considerados simplesmente como objeto da solicitude
pastoral da Igreja: são de fato e devem ser estimulados a tornar-se sujeitos ativos,
protagonistas da evangelização e artífices da renovação social. A juventude é o tempo de
uma descoberta particularmente intensa do próprio ‘projeto de vida’, é o tempo do
crescimento que deve realizar-se ‘em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos
homens’”. (Lc 2, 52) (ChL 46).
2. Os Praesidia nos Seminários
“É particularmente importante preparar os futuros sacerdotes para a colaboração
com os leigos. ‘Estejam prontos – diz o Concílio – a escutar o parecer dos leigos,
considerando com interesse fraterno as suas aspirações e aproveitamento a sua experiência
e competência nos diversos campos de atividade humana’. O recente Sínodo insistiu
também na solicitude pastoral pelos leigos: ‘É preciso que o seminarista seja capaz de
propor e de introduzir os leigos, nomeadamente os jovens, nas diferentes vocações....
Sobretudo e necessário ensinar e ajudar os leigos na sua vocação de penetrar e transformar
o mundo com a luz do Evangelho, reconhecendo e respeitando a sua função.’” (PDV 59)
É claro que o conhecimento regular de uma organização eficiente e largamente
difundida no mundo, como a Legião de Maria, constituirá um meio valioso para garantir a
fecundidade apostólica dos futuros sacerdotes e religiosos. Ora, nenhum conhecimento
puramente teórico pode substituir o conhecimento adquirido pela participação ativa nas
suas fileiras. Daí a máxima
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[Capítulo 36 Praesidia que Exigem Tratamento Especial página 226]
importância dos Praesidia formados por candidatos ao sacerdócio. Onde não é possível a
fundação de Praesidia internos, os seminaristas muito se beneficiarão participando de
Praesidia externos. Quer num caso quer em outro, os membros, com sério conhecimentos
dos fundamentos teóricos da Legião e da sua prática, disporão do que ousaríamos chamar
de uma filosofia prática do apostolado. No momento em que partirem para os seus destinos,
terão um conhecimento suficiente da forma como deve atuar a Legião e, em geral, os outros
grupos apostólicos.
No que diz respeito aos Praesidia internos, chamamos a atenção para o seguinte:
a) É absolutamente necessário dispor de tempo suficiente para a reunião semanal.
Será difícil fazê-la em menos de uma hora; esforcem-se, por isso, seriamente, por lhe
consagrar um pouco mais de tempo. Será seguida exatamente a ordem da reunião,
conforme vem descrita neste Manual.
b) O ponto mais importante é a distribuição do trabalho ativo pelos membros. Sem
trabalho substancial não há Praesidium. Levando em conta que o tempo disponível é muito
pequeno, que há dificuldade em encontrar trabalho conveniente dentro do seminário, e que
o estudo do Manual merece uma atenção especial, o trabalho ativo da semana deve durar o
mínimo de uma hora. Deve-se compensar a falta de variedade de trabalhos por uma riqueza
exuberante de espírito sobrenatural. Cumpram-se as tarefas impostas com grande perfeição
e em união íntima com Maria.
A seleção dos trabalhos depende das circunstâncias e regulamento do seminário. Eis
algumas sugestões: visitas às famílias, hospitais e outras instituições; formação religiosa
dos convertidos; trabalhos de catequese, preparação dos adultos e das crianças para os
Sacramentos. Importa que os trabalhos assumidos pelos legionários estejam em
consonância com os programas de formação pastoral propostos pelos Superiores.
c) Os relatórios apresentados ao Praesidium não devem ser frases rotineiras, mas
vivos e interessantes. O bom êxito neste sentido tornará os membros mestres na arte de
relatar os seus trabalhos e qualificados para ensinarem os legionários cujos destinos tiverem
de guiar no futuro.
d) Não devem confiar-se ao Praesidium trabalhos de caráter disciplinar ou de pura
vigilância. Tais atividades levariam os outros colegas a olhar com maus olhos tanto os
legionários como a Legião.
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[Capítulo 36 Praesidia que Exigem Tratamento Especial página 227]
e) A entrada no Praesidium deve ser absolutamente livre. Tudo quanto fosse
imposto ou se tornasse rotina escolar teria efeitos negativos. Para deixar clara esta liberdade
conviria fazer as reuniões do Praesidium nos horários livres.
f) O Praesidium será dirigido de modo que as suas reuniões e atividades não
interfiram, no mínimo que seja, com os horários e regulamentos do seminário. Por outro
lado, não devem alterar-se as condições exigidas dos membros ativos, pois se frustrariam
assim os objetivos da Legião. Há de verificar-se, na prática, que o trabalho fiel de um
Praesidium desta natureza intensifica o amor dos seminaristas à sua vocação, aos estudos e
à disciplina.

g) Colaborar nas iniciativas de caráter apostólico e missionário, realizadas pela
paróquia, ajudando as pessoas a participarem da Igreja, permitindo assim o crescimento
tanto do indivíduo como da comunidade.
Há outros trabalhos paroquiais que, embora importantes, não satisfazem, a não ser
em casos especiais, o trabalho semanal dos legionários adultos. Entre estes contam-se os
seguintes: atuar como acólito; manter a Igreja limpa e asseada; velar pela ordem durante as
funções litúrgicas; ajudar à missa, etc. Onde for necessário, os legionários poderão
organizar e superintender a execução de tais trabalhos, fontes de bênçãos para os que os
assumirem. Para além de tudo isto, compete aos legionários o trabalho mais difícil, o
contato direto com as pessoas.
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